Desde que saí do show ocorrido no Recife Antigo no último dia
10 de Agosto pensava em escrever algo sobre. Tratou-se de um evento para marcar
o lançamento dos EPs das bandas Molder e Aorta que tiveram a boa ideia de
convidar a Nação Corrompida, Lepra, Unscarred, Nômades e Nark.
O lance começou com o peso, velocidade, Técnica e Raiva da
Lepra Grind. Os caras exploraram tudo o que o som poderia dar, trazendo uma
sequência de músicas que fizeram quem estava por lá sentir vontade de quebrar
tudo. Está aí uma banda que seguramente está no nível de participação em
grandes festivais de música rápida e violenta.
Depois de um longo intervalo que deu uma esfriada na galera,
o evento parecia recomeçar ao som das guitarras da Unscarred. Os caras
trouxeram alguns equipamentos de som próprios e deram qualidade e peso
ensurdecedores a quem estava presente. Banda muito boa que executou seu velho e
bom Trash Metal que mereceu os aplausos recebidos. Todas as músicas saiam com
muita técnica e boa sonoridade que eram produto da soma de bons músicos aliados
ao Up dos equipamentos que trouxeram na bagagem.
Logo em seguida se apresentou a Nômades. Os caras mandaram
sons que fizeram a galera presente matar a saudade desta banda que já tem muita
história. Era fácil identificar uma galera cantando os sons e se divertindo com
o velho carisma do Gordo a frente dos vocais. Como comentei com alguém na hora,
é bonito ver os caras se apresentando. Punk HC que realmente faz a gente sentir
a velha instigação do Old School.
Era a vez da Molder que estava lançando seu EP – A cidade dá sinais. Está aí uma banda
que tenho admirado, principalmente pela energia que a galera tem em acreditar e
correr atrás do que querem enquanto grupo. O que vi foi uma banda tocando com
alegria no rosto. Lance contagiante ver a galera tocando feliz pelo que está
fazendo. Mandaram os sons e a galera reagiu muito bem. Hard Core com claras
influencias de bandas californianas, mas com letras contextualizadas para os
problemas que os rodeiam. Não é por menos que estão com um rolê agendado para
umas apresentações no Rio de Janeiro em Setembro.
A Nark mais uma vez mostrou um entrosamento que eu sempre
fico admirado. Todo mundo mostrando que sabe as letras e as intenções das
músicas em numa sintonia com o público linda se ver e ouvir. Desta vez contou
ainda com o Cover da Nação Corrompida cantada por Davi (Vocal da Nação), o que
trouxe um clima de festa no melhor dos sentidos possíveis.
A participação da Nação Corrompida foi como entrar numa máquina
do tempo em relação aos velhos e bons tempos de instigação do público. Faz tempo
que não via um lance daqueles. Crossover de “Primeira Classe” é o que se pode
dizer da banda. A galera rodou incansavelmente no pogo inevitável provocado
pela sonoridade que a banda produz, com direito a boas letras e o velho discurso
na ponta da língua.
Quando a Aorta começou a tocar, posso dizer que é o tipo de
som que você vê os caras sabendo muito bem o que estão fazendo. Experiência não
falta. Pesado (Ex-Câmbio Negro HC) joga um vocal pra lá de instigador em bases bem
construídas que somadas a pegada da bateria revelam que a velha escola do HC
está mais que viva em Pernambuco. Os caras lançaram seu EP – Acorde proporcionando a quem estava
presente uma verdadeira aula de HardCore.
Por fim, gostaria de dizer que este foi mais um evento que
mostrou o quanto temos qualidade e energia. Galera unida, instigando, trocando
ideias, materiais das bandas à venda, bandas muito boas... Valeu cada minuto
vivido lá. Se bater a instiga, não pense duas vezes, vá ao show e, se possível,
leve alguém com você.